Wednesday, January 23, 2008




passava pela areia o vento que lambeu o velho barco a vela em seu último instante, roçou-me a face e tremi. desde aquela noite em que partiste e por um mês tremia por dentro e nunca mais e desde então caminhava seca - não direi dura porque sorria, mas simplesmente algo antes úmido e vivo ressecara por completo. acho que aquele cheiro de morno de morte de norte de fim por fim despertava um trapo esquecido perdido encardido numa das celas da memória memória de células que nunca esquecem
os raios de sol que levantam a mágica poeira dourada não existem as dez pra uma da manhã madrugada noite
noite sem norte sem fim com cheiro de morte

1 comment:

Lud said...

extremamente bonito... forte, sonoro, incrível. há algo na boa leitura que me estremece. obrigada, a você e às corujas. bjos