Friday, December 07, 2007


Tem momentos em que a vida dói
Horas em que o céu azul lá fora enche de nuvem que se carregam muito muito
E param no meio da garganta
Às vezes chove
Outras se mantêm quietas e se confortam no silêncio
Alguns pássaros voam e revelem cores deslumbrantes
Mas um distraído perdeu a cabeça e deixou seu coração a mostra
Às moscas
Pois ninguém mais queria ter
Ninguém mais queria ver

Tem momentos em que o eu cega
Horas em que os muros se tornam o melhor alvo
E só o sangue a escorrer das mãos
A formação dos hematomas
E o autopiedade desaparece diante de uma dor ainda mais grosseira
É quando a dor cega e o amargo cresce na língua
Que o sono vem brotar do cansaço
E a mente esquece
E dorme
Mas se acorda o coração brota da boca e a multidão de pensamentos
E a solidão
E só