Wednesday, January 23, 2008




a chuva caía mas não quis ligar o pára-brisa, ver o vidro molhado ou seco, por fim, molhado.
a chuva já chovia muito antes das gotas precipitarem precipitadas do céu.
pausa
tempo
natal
a chuva dessa vez já não caía e no entanto a tristeza ainda estava
apertava o músculo mesmo depois de grandes risadas
é que o riso mora na superfície e a dor quase já na fronteira da matéria mais grosseira com a casa da alma plena, lá perto do botão que faz as coisas crescerem por dentro
nada mudara
nômade como seu espírito
sem destino parada ou caminho
paro
tomo apenas uma dose
a realidade só é digerida aos poucos
como a jibóia qe engoliu o boi
por favor, um tempo
já não há.
o ar parado no estômago
jantar
ceia
gula
assassinato
silêncio
risos e sangue
o tempo é quente e não há chuva

vontade de tartaruga



passava pela areia o vento que lambeu o velho barco a vela em seu último instante, roçou-me a face e tremi. desde aquela noite em que partiste e por um mês tremia por dentro e nunca mais e desde então caminhava seca - não direi dura porque sorria, mas simplesmente algo antes úmido e vivo ressecara por completo. acho que aquele cheiro de morno de morte de norte de fim por fim despertava um trapo esquecido perdido encardido numa das celas da memória memória de células que nunca esquecem
os raios de sol que levantam a mágica poeira dourada não existem as dez pra uma da manhã madrugada noite
noite sem norte sem fim com cheiro de morte

nuvens encobrem o sol e evidenciam a angústia ds dias sem tempo. o coração repousa no limbo inquieto sem pouso ou paz. os olhos vêem a impossibilidade