Saturday, May 05, 2007


"teatro pra parar de interpretar"
caminhar pra não parar
parar pra respirar
cantar pra limpar
viver para sentir
doer para crescer
viver para crescer
chorar pro olho inchar
dançar pra esqueçer
lembrar de se alegrar
lavar para lembrar
cantar para lavar
dormir pra amanhecer
esperar pro tempo passar
sonhar e aprender a amar
correr sem sair do lugar
lutar pra divertir
sorrir para desanuviar
conhecer pra desconhecer
escrever pra não morrer
...




















ofereço a você flores que não existem
com a gentileza que ficou pra trás

ofereço-te aquela expressão triste
que meus olhos não guardam mais

oferecer servir cantar

naquele espaço entre o desejo e o inexitente
beijo
meu coração se desfaz

ofereço o gosto de sangue na boca
e a iminência da loucura gorda

oferecer servir cantar

ofereço-te as lágrimas já secas
sem forma ou cheiro mas ainda presentes em minha pele

ofereço a ti a presença inefável da dor
incolor e doce

guardarei pra mim o que resta
o que ainda posso
o que sufoco
o que sem foco
ainda corta